Acredito que todos nós temos várias dúvidas sobre a Vinda de Cristo a terra para arrebanhar os seus e punir os rebeldes. Talvez seja verdade que você nem queira que Jesus venha logo, e principalmente se você goza de uma boa saúde e boas condições de vida aqui na Terra. Mas, se lembre que o fato de você possuir as coisas e até mesmo ser agraciado com diversas dádivas, não quer dizer que você seja abençoado ou até mesmo salvo. Lembre-se que pouco antes da páscoa Judas fazia parte dos discípulos de Cristo e o próprio Salvador lhe lavou os pés e lhe serviu pão.
As vezes receber de Deus dons, bens e cuidados só aumenta o juízo dos traidores. Quando Judas foi anunciado como traidor faltavam poucos dias para Cristo morrer pelos nossos pecados. Não estamos mais na iminência da morte de Cristo, mas sim da sua Segunda Vinda. Ele não virá mais para morrer, pois Ele já morreu, ressuscitou, subiu ás alturas e voltará. Mas você me perguntaria: Quando ele voltará? Ninguém, a não ser o próprio Deus é quem tem essa resposta. Mas, ele nos deu várias dicas dos sinais de sua vinda no seu famoso sermão escatológico de Mateus 24. Cristo falou de guerras, nação contra nação, fomes, terremotos, tribulação, morte e etc.
Contudo, Cristo descreve mais um acontecimento que nos responsabiliza com relação a sua segunda vinda. O que seria? Mateus descreve: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim“. (Mt 24:14). É importante ressaltarmos aqui algumas verdades: A expressão grega para “e será pregado” tem como raiz kerygmática, uma proclamação audível e inteligível do Evangelho paralelamente à martyria que evoca um sentido mais pessoal, de testemunho de vida. Esta ação kerygmática aponta para o fato de que o Evangelho será pregado de forma compreensível. O “mundo” aqui exposto no texto é a tradução de oikoumene que significa “mundo habitado”.
A forma de isso acontecer, segundo o texto, é através do testemunho a todas as nações. A raiz para “testemunho” aqui é martyria que nos ensina que esta ação proclamadora, kerygmática, do Evangelho acontecerá através de uma igreja martírica, que tenha o caráter de Cristo. Finaliza a frase dizendo que o testemunho chegará a todas as nações, onde traduzimos o termo ethnesin, de ethnia, para as nações, ou seja, grupos linguística e culturalmente definidos. Poderíamos parafrasear o verso 14 dizendo que “o Evangelho do Reino será proclamado de forma inteligível e compreensível por todo o mundo habitado, através do testemunho martírico, de vida, da Igreja, a todas as etnias definidas“. A frase final dos diz que “então virá o fim” e “fim” aqui (telos) aponta para a volta do Senhor Jesus, ligada comumente à sua parousia, seu retorno. Se prepare para a Vinda de Cristo: Pregue o Evangelho!
Pr. Rogério Cunha (Citações de Ronaldo Lidório)